quarta-feira, 14 de julho de 2010

Banho de Lágrimas

Quando eu era pequena, acreditava que as lágrimas lavavam a alma, existiam para irrigar o rosto e faziam nascer o sorriso. Um pensamento poético e inocente que me acompanhou e me fez não temer o choro. Nunca fui uma pessoa “chorona”, mas também nunca reprimi minhas lágrimas, fossem elas de alegria, emoção ou tristeza.
Vejo pessoas monitorando os sentimentos. Envergonham-se em demonstrar o choro, as lágrimas e a emoção. Pensam que isso as enfraquece ou prova que são “duras” e que, essa dureza, as torna mais respeitáveis.
Todos nós somos fracos e sensíveis. E que mal há nisso? Temos pontos vulneráveis, temos nossos limites e quando eles são ultrapassados, qual o problema em extravasá-los através das lágrimas?
Chorar, certamente não resolve os problemas, portanto a idéia não é fazer do choro uma saída para aceitar as dificuldades passivamente. Ouço algumas pessoas dizerem que o choro é uma alternativa fácil para os fracassados e isso me incomoda bastante. Chorar, ao contrário do que pensam, é coisa para gente grande, madura e bem resolvida com as suas emoções. Qualquer coisa fora disso não é choro e sim lamentação... E são coisas bem diferentes! O choro deve ser uma declaração de liberdade para a própria emoção. Ele deve mesmo libertar e não acumular mágoas. As lágrimas são relaxantes e terapêuticas e como tudo, na medida certa, acaba ajudando a desanuviar a visão e a aliviar o coração.
Não sinta vergonha em expor os sentimentos ou emoções através das lágrimas. Elas não te farão mais fraco ou menos capacitado para um mundo duro, para essa “selva de pedra” em que vivemos. O importante na vida é não precisar mostrar-se forte, preparado e “armado” o tempo inteiro. Em algum momento você precisará encontrar aquela criança medrosa e insegura que habita dentro de você. E essa criança te ajudará a reencontrar as lágrimas que ficaram represadas por todos esses anos. Se chorar é coisa apenas de criança, deixe a sua vir à tona; se chorar é coisa para os “fracos”, não resista, se entregue. Se os “brutos também amam”, certamente os fortes também choram.
Encontre o seu momento, o seu espaço, o seu modo... mas chore sempre que tiver vontade. Shakespeare escreveu: “Chorar é diminuir a profundidade da dor”, então, não deixe que a dor atinja as profundezas do seu ser. Não permita que ela avance a ponto de tomar a leveza de sua alma. Banhe-se em lágrimas e revigore-se nelas. Acredite, elas irrigam o rosto para o nascimento de um lindo sorriso e purificam a alma.

Jackie Freitas
"Jamais desconsidere a maravilha das suas lágrimas. Elas podem ser águas curativas e uma fonte de alegria. Algumas vezes são as melhores palavras que o coração pode falar."
(William P. Young)

*Imagens retiradas do Google Imagens

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