domingo, 4 de setembro de 2011

Nada Dura Para Sempre

Pra quê querer que as coisas durem para sempre se nós mesmos não duramos? Vinicius de Moraes, quase como numa prece, falou do amor eternizado no coração e nas lembranças em seu Soneto de Fidelidade. Quem não conhece a célebre frase: “... que seja infinito enquanto dure.”? Pois bem, eternizamos enquanto existimos, enquanto lembramos, enquanto temos o carinho de manter conosco tudo aquilo que nos fez e faz bem! Também é verdadeiro que muitos carregam para sempre dentro de si o que não fez bem e se encarregam de manter vivo na lembrança o sofrimento e, assim, padecem lentamente...
Se não temos a poção da imortalidade, por que não manter no coração as boas lembranças, fazendo com que cada minuto da existência seja motivo de celebração e agradecimento?
Costumamos dizer que a vida é uma viagem e que estamos aqui apenas de passagem. Mesmo que essa viagem não tenha sido planejada e nos sintamos aventureiros, vale à pena apreciar a paisagem! Nossa memória funciona como uma máquina fotográfica e é por isso que cada momento vivido fica registrado. Tal qual numa viagem, fotografamos aquilo que queremos guardar conosco, simbolizando o prazer e a felicidade desfrutados. Nada dura para sempre, mas as lembranças permanecerão conosco enquanto vivermos.
Todos nós queremos vivenciar experiências memoráveis e enxergamos no sofrimento algum tipo de injustiça ou penalização por mau comportamento ou pelos passos errados; quando na verdade isso tudo também faz parte do processo de aprendizado. Assim como não vivemos cem por cento do tempo apenas sorrindo, não podemos passar nossa existência chorando ou lamentando as quedas e os tropeços. Fechar as portas é como manter-se trancado em si mesmo, impossibilitando o surgimento das perspectivas. E são elas que nos farão descobrir novos solos e horizontes que acrescentarão momentos únicos e que ficarão eternizados em nossa memória.
Acreditar que as fases ruins não são passageiras é entregar-se ao conformismo e aceitar uma vida insípida, que não se recicla e nem se transforma. Acho que um dos nossos desafios é contrariar essas leis da improbabilidade e fazer das lágrimas um novo tempero para dar sabor à vida. No início pode parecer amargo, mas com doses de otimismo encontramos um sabor duradouro de felicidade e gratificação.
Entretanto, não devemos nos iludir, porque nem mesmo esse sabor permanecerá para sempre em nossa boca! Quando o seu gosto estiver se distanciando das lembranças, é hora de buscar um novo tempero e testar novas receitas!
Nada dura para sempre! Os sofrimentos passam, mas não significa que não voltem; as alegrias parecem que passam, mas na verdade apenas mudam de forma e nós... também não duramos para sempre, mas carregamos conosco o que queremos de melhor ou pior e é isso que ficará eternizado enquanto permitirmos que o nosso infinito dure!
Jackie Freitas
“Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata...”
*Imagens retiradas do Google Imagens

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