quarta-feira, 14 de abril de 2010

Rascunho da Criação

A chuva já não me incomoda mais
Porque os seus pingos encheram o meu coração
De um amor tão fugaz
Que transita entre o sentimento e a emoção
Da inocência que não volta mais...
O vento que canta agora na janela
Traz as notas tristes de um mensageiro
Que não encontra a porta aberta
E vai de encontro a outro passageiro...
Não tem ao certo um destino
Nem sequer sabe o meu endereço,
Questiona ainda aflito
Se tenho tudo o que mereço...
Mas, a vida é assim!
Tudo tem o seu doloroso preço
Mesmo o que não tem um fim
Pede, em vão, um novo começo...
Se não olharmos atentos ao futuro
O que encontraremos serão pedaços,
Ecos dos poucos sussurros
Esboços dos nossos traços...
Vida, vida, o que és então?
Se o martírio que nos domina
Nos enche de ilusão?
Se o pouco que ainda ensina
Não passa de uma alusão?
Se o que buscamos são rimas
Monstros da nossa criação?
Jackie Freitas

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