segunda-feira, 17 de julho de 2017

Crescer Lentamente...

Quando comecei a escrever esse texto queria transmitir uma mensagem totalmente diferente...
Ontem foi meu aniversário e sempre que posso, nessa data, escrevo algo em forma de celebração ou agradecimento a vida. Mas, diferentemente dos anos anteriores, ontem não tinha esse objetivo porque achava que não havia razões para comemorar... Estava dominada pela tristeza e por tantas insatisfações que não me pareceu justo comemorar algo que eu mesma não enxergava.
Tem um provérbio chinês que diz “Não tenha medo de crescer lentamente. Tenha medo apenas de ficar parado.” e, no fundo, saber diferenciar uma coisa da outra é que acaba nos confundindo algumas vezes. Não sabemos ao certo se estamos no processo lento do crescimento, absorvendo cada etapa da vida, aceitando nossas falhas e aprendendo com elas ou se apenas nos deixamos dominar pelo medo, permitindo que ele nos paralise e impeça de darmos o próximo passo. Às vezes parece que caminhamos com uma venda nos olhos e que a qualquer momento cairemos num precipício, tamanha é nossa insegurança acerca da vida. Não sabemos sobre o futuro e isso nos perturba porque de algum modo achamos que a sabedoria implica em conhecer muito mais sobre o futuro do que sobre nós mesmos.
Com o passar dos anos tornamo-nos mais exigentes e severos conosco. Deixamos de lado a simplicidade que nos movia e transformava desafios em parte do processo evolutivo e a substituímos por misturas de lamentos e frustrações das nossas irrealizações. Mas a pergunta que me faço agora é o que consideramos realizações? Quando olharemos ao redor e reconheceremos nossas conquistas e falaremos delas como realizações? No fundo nós mesmos rotulamos nossa trajetória e damos a ela nomes diversos que em nada se assemelham a qualquer tipo de realização. O medo de sermos vistos como fracassados continua nos paralisando e mantendo uma cegueira tão grande que nos impede de simplesmente alegrar-se com todas as nossas pequenas conquistas, que ao longo dos anos se tornam nossas maiores e principais conquistas da vida!
Ontem eu não tinha qualquer intenção de reconhecer essas conquistas e nem de agradecer por cada uma delas, mas em algum momento, numa pequena frase inocente, num pequeno e significativo gesto de amor, percebi que as bênçãos estão aqui, em mim e na minha vida! E por isso estou aqui, novamente, agradecendo a Deus por todos esses pequenos milagres que me mantém nesse caminho desconhecido, mas que me move diariamente entre medos e dúvidas, fazendo com que a cada dia eu encontre em mim mesma todas as conquistas necessárias para uma vida digna.
Não posso mudar nada em meu passado a ponto de me arrepender do presente que vivo, mas posso transformar cada dia vivido em chances de um futuro melhor.
Provavelmente para muitos minha existência passe despercebida e sem qualquer importância, mas para poucos (e é apenas isso que me importa) estar aqui representa muito mais do que eu mesma consigo imaginar. E são em dias como o de ontem que vejo que mesmo que eu desista de celebrar a vida, aqueles que me amam de verdade fazem isso diariamente por mim, através de palavras, gestos ou em simples sorrisos... Porque quando desistimos de nós mesmos haverá alguém para nos lembrar de que nossa existência não é e nem nunca foi em vão.
Obrigada a todos aqueles, principalmente minha família que, apesar de pequena, engrandece tudo a minha volta. Obrigada a todos que me fizeram perceber que ontem não foi meu dia, mas sim mais um abençoado dia como todos os demais dias da minha vida! Obrigada por não desistirem de mim e, sobretudo, por encherem a minha vida com tanto amor e carinho. Vocês são as minhas conquistas e realizações! Sou muito abençoada por tê-los em minha vida!

Jackie Freitas

*Imagem retirada do Google Imagens 

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