quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Não Seja Vítima de Si Mesmo

Não foi Deus que se calou diante dos seus apelos! Nem a multidão que lhe virou as costas quando você achou que mais precisava de mãos para socorrê-lo. Não foi a condição social que te privou de oportunidades e nem o destino que não te colocou no caminho certo, na hora certa. É sempre muito fácil encontrar culpados quando se precisa da tranqüilidade e conforto para se fazer de vítima!
Tenho certeza que nessa visão, encontraremos mais de um motivo para despertarmos a compaixão. E quando não há mais como culpar aos outros e a realidade prevalece? Você fica satisfeito com o que enxerga? Quando o papel de vítima deixa de ser “tocante” e passa a ser entediante? Já parou para pensar nisso?
Há uma tendência natural e, talvez intrínseca ao ser humano, acreditar que os maiores problemas são exclusivos. Normalmente as pessoas que vivem presas em seu íntimo, indignadas e sentindo-se injustiçadas pelo mundo, são vítimas de si mesmas. Aceitam com submissão aos fracassos, como se eles fizessem parte de algum tipo de “missão” divina. São pessoas que se julgam mártires e que por essa razão não podem lutar e reagir contra as adversidades. E quando olham para os lados, não querem saber se os outros possuem problemas... Não se trata nem de egoísmo, mas sim de uma visão própria, limitada e inferiorizada de assumirem-se diante da vida. 
A grande maioria enxerga os problemas como obstáculos que fazem parte da evolução e do crescimento, portanto, superá-los faz parte do processo e mistério da vida. Porém, há ainda uma parte que encara não apenas os problemas, mas a vida em si, como verdadeiro sacrifício humano! Não conseguem caminhar sem tropeçarem em seus emaranhados de queixas e lamúrias. Algumas se afogam nas próprias lágrimas, pois acham que “naufragar é preciso”. Cobram do mundo (e obviamente mais ainda de si mesmas) o resgate de uma dívida antiga. Acho muito estranho encontrar pessoas que se sentem confortáveis com a “pena” dos outros, que se contentam em serem vistas como “coitadas” e demasiadamente frágeis. Onde mora o espírito de luta? Foram os outros que o mataram ou foram elas que o deixou tão adormecido que ele mesmo padeceu?
É preciso tomar muito cuidado com os sentimentos que queremos despertar nos outros. Como exigir consideração e valorização se nos declararmos antecipadamente derrotados e fracassados? Talvez algumas pessoas leiam esse texto e pensem que já o leu em algum lugar... Até mesmo no meu próprio blog! Ou, então, que a mensagem é “velha” e sem grandes acréscimos. Bem, o que posso garantir é que por mais que achemos que as nossas experiências nos impedem de cair nos mesmos “buracos”, mesmo agindo coerentemente diante das diversas situações da vida; ainda assim vemos pessoas que passam (e sofrem) freqüentemente pelos mesmos dilemas.
Não sei o quanto há de vítima em cada um de nós! Não faço a menor idéia sobre o por quê de uns terem muito e outros pouco, dos por quês de problemas incidirem em maior grau para uns do que para outros. O que sei é que a velha forma de olhar a vida ainda faz diferença. A maneira como reagimos a cada situação e a forma como desejamos superar os obstáculos ainda são, para mim, o diferencial. Ninguém em sã consciência quer ser visto como “coitado”. Pena é um sentimento tão pequeno e desedificante que não pode ser ansiado. A vida é uma grande construção e os problemas fazem parte dela. São como cimento que reforçam as bases. E a cada avanço desta obra, devemos olhar com orgulho, pois nos esforçamos diariamente para essa conquista.
Não tenha pena de si mesmo e nem permita que os outros tenham. Mostre sua dignidade e força! Há um espírito guerreiro dentro de todos nós, que não teme a luta e que não se curva diante dos obstáculos. Quem pede para ser vítima é você e não a vida. Mate a vítima que há em você e não o guerreiro que te quer ver vencer!
Jackie Freitas

*Imagens retiradas do Google Imagens

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