Não foi Deus que se calou diante dos seus apelos! Nem a multidão que lhe virou as costas quando você achou que mais precisava de mãos para socorrê-lo. Não foi a condição social que te privou de oportunidades e nem o destino que não te colocou no caminho certo, na hora certa. É sempre muito fácil encontrar culpados quando se precisa da tranqüilidade e conforto para se fazer de vítima!
Tenho certeza que nessa visão, encontraremos mais de um motivo para despertarmos a compaixão. E quando não há mais como culpar aos outros e a realidade prevalece? Você fica satisfeito com o que enxerga? Quando o papel de vítima deixa de ser “tocante” e passa a ser entediante? Já parou para pensar nisso? ![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghGD_npza98n50OmLirwfCYncYxDAwSQgqjpBBF7jCJeHZAjyviIYPB4ucKFaLuclTG23ZjRF1hfi4XxcP-cFisbmvDfVaZ4sXPi0DXf-YLXazbsZ5YPaWMRF8lIA8DJywY641MBJY7G64/?imgmax=800)
Há uma tendência natural e, talvez intrínseca ao ser humano, acreditar que os maiores problemas são exclusivos. Normalmente as pessoas que vivem presas em seu íntimo, indignadas e sentindo-se injustiçadas pelo mundo, são vítimas de si mesmas. Aceitam com submissão aos fracassos, como se eles fizessem parte de algum tipo de “missão” divina. São pessoas que se julgam mártires e que por essa razão não podem lutar e reagir contra as adversidades. E quando olham para os lados, não querem saber se os outros possuem problemas... Não se trata nem de egoísmo, mas sim de uma visão própria, limitada e inferiorizada de assumirem-se diante da vida.
A grande maioria enxerga os problemas como obstáculos que fazem parte da evolução e do crescimento, portanto, superá-los faz parte do processo e mistério da vida. Porém, há ainda uma parte que encara não apenas os problemas, mas a vida em si, como verdadeiro sacrifício humano! Não conseguem caminhar sem tropeçarem em seus emaranhados de queixas e lamúrias. Algumas se afogam nas próprias lágrimas, pois acham que “naufragar é preciso”. Cobram do mundo (e obviamente mais ainda de si mesmas) o resgate de uma dívida antiga. Acho muito estranho encontrar pessoas que se sentem confortáveis com a “pena” dos outros, que se contentam em serem vistas como “coitadas” e demasiadamente frágeis. Onde mora o espírito de luta? Foram os outros que o mataram ou foram elas que o deixou tão adormecido que ele mesmo padeceu?
É preciso tomar muito cuidado com os sentimentos que queremos despertar nos outros. Como exigir consideração e valorização se nos declararmos antecipadamente derrotados e fracassados? Talvez algumas pessoas leiam esse texto e pensem que já o leu em algum lugar... Até mesmo no meu próprio blog! Ou, então, que a mensagem é “velha” e sem grandes acréscimos. Bem, o que posso garantir é que por mais que achemos que as nossas experiências nos impedem de cair nos mesmos “buracos”, mesmo agindo coerentemente diante das diversas situações da vida; ainda assim vemos pessoas que passam (e sofrem) freqüentemente pelos mesmos dilemas.
Não sei o quanto há de vítima em cada um de nós! Não faço a menor idéia sobre o por quê de uns terem muito e outros pouco, dos por quês de problemas incidirem em maior grau para uns do que para outros. O que sei é que a velha forma de olhar a vida ainda faz diferença. A maneira como reagimos a cada situação e a forma como desejamos superar os obstáculos ainda são, para mim, o diferencial. Ninguém em sã consciência quer ser visto como “coitado”. Pena é um sentimento tão pequeno e desedificante que não pode ser ansiado. A vida é uma grande construção e os problemas fazem parte dela. São como cimento que reforçam as bases. E a cada avanço desta obra, devemos olhar com
orgulho, pois nos esforçamos diariamente para essa conquista.
Não tenha pena de si mesmo e nem permita que os outros tenham. Mostre sua dignidade e força! Há um espírito guerreiro dentro de todos nós, que não teme a luta e que não se curva diante dos obstáculos. Quem pede para ser vítima é você e não a vida. Mate a vítima que há em você e não o guerreiro que te quer ver vencer!
Jackie
Freitas
*Imagens retiradas do Google Imagens
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