A Dura Lição da Perda

Todos os dias sofremos perdas…. Pessoas se vão, partes de nós também. Todos os dias enfrentamos a dor de algum tipo de perda e isso, por si só, exige muita força; entretanto as perdas, às vezes, são apenas estágios de evolução. A questão é identificarmos em qual grau de evolução nos encontramos para sabermos se as perdas podem ser consideradas, de fato, perdas….

Perdas, sejam elas materiais ou não, nos levam a dois tipos de reflexões: 1) que tipo de relação temos mantido e valorizado? 2) como compreender que, apesar de necessário nesta existência, a matéria não nos pertence? Conforme vamos evoluindo (espiritualmente), superamos sentimentos que (também) não nos pertencem; porque são eles que, justamente, nos aprisionam nesta vida e transformam essa experiência de elevação espiritual num lamentável retrocesso.

Volta e meia me deparo com alguém questionando sobre a sua “missão” nesta vida. Qual é e o que ela nos exige? O fato é que ninguém pode afirmar, mas, intuitivamente, sentimos que o objetivo é unicamente o do aprendizado. Estamos nessa escola há muitas existências…. Costumamos dizer que estamos aqui apenas “de passagem”, mas, dependendo da disposição para o aprendizado, essa tal passagem se estende por muitas vidas!

Eu tenho debatido (comigo mesma) sobre a questão e a importância da prática do desapego. Para mim essa é uma das mais duras e difíceis lições que esta “passagem” nos desafia a apreender. No final, (para mim) o apego é a base de todos os sentimentos mundanos que nos desviam desse percurso do aprendizado. Através dele nos sentimos ligados à matéria, (como se fosse parte integrante de nós) e, também, às pessoas, (como se o elo físico fosse superior ao espiritual)! E, no final, tudo isso acaba nos impedindo de compreender e aceitar as perdas…. Não enxergamos nada além de nós mesmos e não sentimos mais com os verdadeiros sentidos da nossa alma.

As perdas humanas vão além do material e do físico…. Ao contrário da importância que damos a todas essas perdas, deveríamos considerar a necessidade de aprendermos (com urgência) a perder ou a nos desprender de sentimentos que estão entre nós apenas como provações; tipo o egoísmo, orgulho, a vaidade, arrogância…. Deveríamos entender a importância e o valor do amor na vida como forma de crescimento pleno e não nos atermos a pequenez de sentimentos que ao invés de nos distanciar, apenas nos aproximam da raiz problemática que nos provoca a sensação de poder e posse, ou seja: o apego! Estamos vivendo na contramão do propósito divino e, se não tomarmos cuidado, essa “missão” que todos tanto querem saber ou entender, corre o risco de fracassar.

Existe dentro de nós um universo de riquezas e maravilhas, ainda desconhecidos e pouco explorados. Talvez porque fomos facilmente seduzidos por essa existência de provações material e física. Ou, talvez, porque não despertamos o bastante para sentir que somos capazes de ir muito além dessas limitações impostas pelo apego. Nos falta, ainda, o autoconhecimento capaz de nos levar ao próximo nível! Quando questionamos sobre a nossa existência e as razões pelas quais estamos aqui, pensemos nas inúmeras lições e nos muitos sinais que vamos recebendo por toda a vida. Tudo confirma que somos parte de um projeto muito maior, criado por “alguém” inquestionavelmente magnânimo, cuja bondade e infinita sabedoria nos confia a responsabilidade e capacidade de concluir essa “missão”. Na verdade, Ele sabe, desde sempre, que podemos e chegaremos ao destino final; não importa quantas vezes passaremos por esta experiência! Só voltaremos para casa quando estivermos livres e descontaminados de todas essas doenças que assolam não apenas esse corpo que nos foi emprestado, como, principalmente o nosso espírito! Doenças que pegamos através das limitantes experiências que ainda nos prendem a esse plano e impedem a nossa evolução.

Portanto, quando falamos em despedidas decorrentes das perdas que sofremos, lembremos que nada é definitivo e eterno, senão o nosso espírito. E isso significa que muito em breve, dependendo apenas do nosso interesse em aprender e crescer, estaremos todos juntos novamente, no nosso verdadeiro lar!

 

Jackie Freitas  

 

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Comentários

  1. Respostas
    1. Muito obrigada, de coração, pelo carinho! Fico muito feliz que minhas palavras tenham chegado em seu coração. Deus te abençoe!

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    2. Maravilhoso texto,

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    3. Olá! Muito obrigada pelo carinho e apoio! Fico muito feliz por saber que gostou! Deus te abençoe!

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  2. Maravilhoso texto! Parabens

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    1. Muito obrigada pelo carinho! Fico muito feliz em saber que você gostou. Deus te abençoe!

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  3. Querida amiga, saudade das nossas conversas regadas a divagações, reflexões e mútuo aprendizados. Depois de tantos anos, creio que 15, sem nos vermos, desejo que estejas bem. Escrevo hoje, 26 de julho de 2024, Dia dos Avós, data que finalmente posso comemorar, porque sou avô há 5 meses...Uma bênção! Continue nos brindando com os seus belos textos e compartilhando sabedoria. Beijo no coração, do amigo, Herval.

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    1. Meu querido Herval, quanto tempo! Que surpresa boa te receber aqui! Nem me fale em saudades... bons tempos, ótimas reflexões, muitos compartilhamentos e incríveis aprendizados, sem dúvida, meu amigo! Essa jornada meu trouxe muitas conquistas, incluindo a sua amizade! Namastê.... Vovô??? Que incrível! Parabéns e que Deus abençoe a sua linda família com mais essa iluminada chegada. Estamos por aqui, OK? Muito feliz com essas boas notícias! Beijo enorme, meu querido!

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