segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Serenidade, Coragem e Sabedoria...


Estou dando murro em ponta de faca... Esse é um pensamento recorrente que tenho. Uma sensação indigesta de que sei o final da história e insisto nela querendo um final diferente. É como assistir aquele filme pela centésima vez,
saber as falas de cor e salteado e ainda acreditar que em algum momento surgirá uma cena nova que mudará o destino de algum personagem e, consequentemente, o final do filme... É o vazio da impotência do saber e não querer aceitar; do querer mudar e não se sentir capaz. É como sentar-se diante da TV e ficar vegetando, olhando todos os filmes já vistos, com todos os finais conhecidos e, mesmo assim, não ser capaz de mudar o canal para assistir algo novo...
 “Concedei-me, Senhor a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para conhecer a diferença entre elas.” (oração da serenidade).
Serenidade, coragem e sabedoria... Essa tríplice aliança que a Oração da Serenidade tenta nos ensinar, indicando o caminho que nos redime das nossas próprias fraquezas. Fraquezas que nos condenam a uma prisão de dúvidas e falsas incertezas, porque bem lá no fundo sabemos que tudo o que nos acontece é consentido. Fico me perguntando onde está a coragem? Por que nos parece mais confortável a comodidade mesmo que isso resulte na insatisfação? No final temos que ver nosso reflexo através das lagrimas derramadas para que toda essa resistência seja justificada?
Não é fácil admitir escolhas erradas e tão difícil quanto aceita-las é criar coragem para corrigir, enquanto temos tempo, todo o dano que criamos a nós mesmos. É certo que temos toda autonomia em nossas escolhas e que as fazemos sem qualquer garantia de que serão as melhores; entretanto, em algum momento, mesmo que intuitivamente, sabemos onde elas nos levarão e o desfecho da historia.
Rezei a Oração da Serenidade centenas de vezes! Houve uma época em que ela era o eco da minha consciência, o alerta que me impedia de ser dura demais comigo, a ferramenta necessária para que meu lado humano não desabasse de vez e resultasse em cacos espalhados ou afundados num mar de tristezas. Época em que minha fraqueza era tão grande que força alguma, além dessa oração, conseguia me resgatar dos obscuros e profundos buracos que eu me escondia. Retomar minha vida levou tempo... Conseguir olhar-me no espelho parece que levou décadas, mas, enfim, sobrevivi a todo o caos e me reergui.
Não sei em qual momento nos perdemos. Acontece isso com todos nós e a única coisa que queremos saber é como chegamos nesse ponto ou por que ficamos por tanto tempo? Sabedoria para identificar as diferenças entre o que podemos e o que devemos modificar nos parece apenas conceito e teoria, mas talvez não devêssemos esperar nenhuma mudança além da nossa. A questão toda, e acho que a mais complicada, é saber por onde começamos? Pode ser que essas mudanças não nos levem além de onde já estamos, mas nos transportem para o ponto onde tudo começou para que façamos nossas avaliações e tomamos outros caminhos.
Nunca conseguiremos mudar o final de um filme, não importa quantas vezes o assistimos, mas podemos mudar o rumo da nossa história no primeiro sinal de que algo não está bem. Temos experiência, intuição e, sim, “... sabedoria para conhecer a diferença entre elas.”. Por muito tempo ficamos dando murro em ponta de faca porque a resistência nos parece a melhor escolha, mas garanto que não teremos nada, além de velhas e dolorosas feridas para recordar. Mudar
requer coragem. Tomar decisões difíceis também. Mas qualquer escolha que fizermos, deve ser prudente e acompanhada da única responsabilidade que nos cabe: a de buscar uma vida digna e feliz. O que for contrario disso não pode nos servir. Contentar-se com migalhas não está nos planos porque merecemos o melhor. Às vezes nos conformamos com o pouco que nos oferecem porque é dessa forma que também temos nos tratado. Tratamo-nos com pouco caso e desmazelo, então é hora de mudar o final dessa historia!
“Concedei-me, Senhor a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para conhecer a diferença entre elas.”
Amém!

Jackie Freitas




*Imagens retiradas do Google Imagens

Um comentário:

  1. Conheço cada letra deste ciclo, como se eu mesma tivesse escrito esse texto.... e quantas vezes, também eu, rezei esta mesma oração....
    Morri, fiquei mumificada por um tempo, me levantei aos poucos bem devagar e apesar de hj ser mais frágil, consegui aproveitar o sol quando ele me aqueceu, até as nuvens escondê-lo.... mas valeu, hj consigo ao menos ficar em pé!

    ResponderExcluir

Deixe o seu comentário!

Plágio é Crime! Proibida a Cópia do Conteúdo desse Blog!!!