Serenidade, Coragem e Sabedoria...
Estou dando murro em ponta de faca... Esse
é um pensamento recorrente que tenho. Uma sensação indigesta de que sei o final
da história e insisto nela querendo um final diferente. É como assistir aquele
filme pela centésima vez,
saber as falas de cor e salteado e ainda acreditar
que em algum momento surgirá uma cena nova que mudará o destino de algum
personagem e, consequentemente, o final do filme... É o vazio da impotência do
saber e não querer aceitar; do querer mudar e não se sentir capaz. É como
sentar-se diante da TV e ficar vegetando, olhando todos os filmes já vistos,
com todos os finais conhecidos e, mesmo assim, não ser capaz de mudar o canal
para assistir algo novo...
“Concedei-me, Senhor a serenidade necessária
para aceitar as coisas que não posso modificar; coragem para modificar aquelas
que posso e sabedoria para conhecer a diferença entre elas.” (oração da
serenidade).
Não é fácil admitir escolhas erradas e tão difícil
quanto aceita-las é criar coragem para corrigir, enquanto temos tempo, todo o
dano que criamos a nós mesmos. É certo que temos toda autonomia em nossas
escolhas e que as fazemos sem qualquer garantia de que serão as melhores; entretanto,
em algum momento, mesmo que intuitivamente, sabemos onde elas nos levarão e o
desfecho da historia.
Rezei a Oração da Serenidade centenas de
vezes! Houve uma época em que ela era o eco da minha consciência, o alerta que
me impedia de ser dura demais comigo, a ferramenta necessária para que meu lado
humano não desabasse de vez e resultasse em cacos espalhados ou afundados num
mar de tristezas. Época em que minha fraqueza era tão grande que força alguma,
além dessa oração, conseguia me resgatar dos obscuros e profundos buracos que eu
me escondia. Retomar minha vida levou tempo... Conseguir olhar-me no espelho
parece que levou décadas, mas, enfim, sobrevivi a todo o caos e me reergui.
Não sei em qual momento nos perdemos. Acontece
isso com todos nós e a única coisa que queremos saber é como chegamos nesse
ponto ou por que ficamos por tanto tempo? Sabedoria para identificar as diferenças
entre o que podemos e o que devemos modificar nos parece apenas conceito e
teoria, mas talvez não devêssemos esperar nenhuma mudança além da nossa. A questão
toda, e acho que a mais complicada, é saber por onde começamos? Pode ser que
essas mudanças não nos levem além de onde já estamos, mas nos transportem para
o ponto onde tudo começou para que façamos nossas avaliações e tomamos outros
caminhos.
Nunca conseguiremos mudar o final de um
filme, não importa quantas vezes o assistimos, mas podemos mudar o rumo da
nossa história no primeiro sinal de que algo não está bem. Temos experiência, intuição
e, sim, “... sabedoria para conhecer a
diferença entre elas.”. Por muito tempo ficamos dando murro em ponta de
faca porque a resistência nos parece a melhor escolha, mas garanto que não teremos
nada, além de velhas e dolorosas feridas para recordar. Mudar
requer coragem.
Tomar decisões difíceis também. Mas qualquer escolha que fizermos, deve ser
prudente e acompanhada da única responsabilidade que nos cabe: a de buscar uma
vida digna e feliz. O que for contrario disso não pode nos servir. Contentar-se
com migalhas não está nos planos porque merecemos o melhor. Às vezes nos conformamos
com o pouco que nos oferecem porque é dessa forma que também temos nos tratado.
Tratamo-nos com pouco caso e desmazelo, então é hora de mudar o final dessa
historia!
“Concedei-me,
Senhor a serenidade necessária para aceitar as coisas que não posso modificar;
coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para conhecer a diferença
entre elas.”
Amém!
Jackie
Freitas
*Imagens
retiradas do Google Imagens
Conheço cada letra deste ciclo, como se eu mesma tivesse escrito esse texto.... e quantas vezes, também eu, rezei esta mesma oração....
ResponderExcluirMorri, fiquei mumificada por um tempo, me levantei aos poucos bem devagar e apesar de hj ser mais frágil, consegui aproveitar o sol quando ele me aqueceu, até as nuvens escondê-lo.... mas valeu, hj consigo ao menos ficar em pé!