Liderança, Ego e Humildade
Estar o tempo inteiro na liderança, em destaque, no topo do ranking é uma gratificação pessoal, sem dúvida! Traz satisfação, alimenta o ego. Ego! Ecoa por nosso
corpo, atinge o cérebro e em alguns a alma! Liderar também exige responsabilidades e, neste caso, não significa fugir delas ou ter medo de enfrentá-las. Porém existem modos de demonstrar liderança sem estar sob os holofotes da fama, sem ser cobrado pelas imperfeições que todos nós, seres humanos, possuímos! Experimentar o podium é maravilhoso, mas precisa ter uma habilidade maior para lidar com a frustração caso não se consiga manter o status de líder. Exige mais trabalho e, quase sempre, acaba tirando o foco daquilo que originalmente te levou até ele.

Meu marido prefere ser discreto. Ele faz o que lhe é designado, aplicando os seus conhecimentos e gerando resultados. Isso é segurança! Saber deixar os diversos “egos” que surgem em nossa vida brilharem, liderarem, mostrarem a sua capacidade (muitas vezes os mesmos, levados pela inflamação do ego, acabam se autodestruindo). Quem tem confiança em si e na sua própria capacidade, consegue transitar muito bem nas outras posições no ranking. Não quer dizer que não há ambição. Mas, afinal, o que é a ambição? Precisamos estar armados com ela 24 horas por dia? Podemos viver na humildade de nossos conhecimentos e limites sem incomodar aos outros? Porque quando somos líderes somos cobrados o tempo inteiro... Precisamos de pontuações, de méritos! Não temos descanso, não nos descuidamos, estamos sempre alerta se alguém não está nos vendo e julgando. O líder acaba virando escravo do ranking! Por outro lado, a pessoa que opta por fazer o que realmente sabe e gosta, acaba escalando os mesmos degraus, naturalmente. O reconhecimento pode até demorar, mas quem está aqui para provar algo a alguém?
Meu pai quando chegou a São Paulo, não conhecia nada! Mal sabia ler! Um dia, um amigo que trabalhava na Light (atual Eletropaulo) o indicou para dirigir o caminhão que atendia ocorrências e emergências . Isso meu pai fazia muito bem: dirigir! Com o tempo e observando muito, ele aprendeu a fazer reparos, estudou sobre transformadores, eletricidade e depois pediu para trabalhar com os reparos em redes de alta tensão. Foi bem sucedido! Fazia com perfeição e conseguia atender a todos os chamados do plantão dele. Logo foi promovido para liderar uma equipe. Para mim, hoje, esse tempo não demorou muito, mas para o meu pai foram anos embaixo de sol e chuva, correndo riscos, noites em claro e feriados longe da família. Mas ele conseguiu ser líder. Com pouco estudo, mas com a sabedoria dos medianos, ele conquistou um cargo de confiança e de grande responsabilidade. Tudo com honestidade, paciência, dedicação e muita humildade.

Por isso, continuo seguindo a minha escalada, com paciência e humildade. Estendendo as mãos a quem precisar de forças, parando no meio do caminho para matar a sede daqueles que esqueceram a água, para ajudar aos que esqueceram de respirar durante a corrida. No final de que valeu a escalada (vida) se ao chegar ao topo deixarmos de apreciar a beleza do Sol?
Jackie
Freitas
*Imagens
retiradas do Google Imagens
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