Amigos Digitalizados – Por Valéria Braz
Afinal quem são estes amigos que se digitalizam através das palavras?
“Fui convidada pela Jackie para fazer parte da semana dos amigos escritores, embora não seja uma escritora sou amiga desta filósofa que admiro, portanto, aceitei na hora.
Depois fiquei louca tentando descobrir o que escrever, aí resolvi sentar e deixar fluir. Espero fazer jus a estes escritores maravilhosos escolhidos pela nossa filósofa dos corações.”
Amigos que mandam recados de saudade, sentem nossa falta, nos mandam força e carinho, nos admiram, interagem.
Amigos que silenciam o nosso silêncio e vivenciam nossas tristezas.
Amigos que nos buscam, amigos que não vemos o rosto, mas que sentimos o coração. Amigos que nos sufocam, amigos que são distantes, amigos alegres, amigos questionadores, etc.
Afinal quem são estes amigos que se digitalizam através das palavras?
Quais verdades escondem, ou o que silenciam?
Porque afinal estão ali? O que procuram, o que esperam? Onde estão seus porquês?
Na rede podemos ser o que desejarmos ser, escolher o melhor papel para acalentar nosso ego, nos tornarmos mocinhos ou bandidos, realçarmos quali
Não é fácil lidar com palavras e os diversos papéis que elas nos permitem vivenciar, no entanto, mesmo diante do enigma que é o rosto vedado pela tela, continuamos interagindo, buscando o outro, tentando fazer mais e mais amigos.
Que mistério é este que envolve conviver virtualmente e porque o mundo se entrega a esta realidade?
Talvez o verdadeiro encanto, seja nossa incapacidade de julgar aquilo que não podemos conhecer na realidade e conviver de fato, e assim, nos tornarmos “inocentes” atores desta peça virtual.
Conviver na rede é um grande desafio, desafio que buscamos todo o tempo. O desafio de desvendar o outro e se permitir desvendar.
Quantos de nós somos capazes de interagir e perceber o outro na sua verdadeira essência? E quantos de nós se permitem enxergar o outro com as palavras do outro e não com nossa própria carência?
E o que torna a rede rica e atraente, são estes sentimentos que nos fazem navegar pelo mar da descoberta.
E enquanto navegamos, vamos observando consistência, contradições, verdades, mentiras, máscaras, docilidade, alegria, enfim, vamos observando a vida virtual reagindo a vida real.
Não devemos criar expectativas e nem viver decepções, devemos viver a rede, o mundo virtual, como um grande universo humano. Como uma cadeia de relacionamento, que mostra que o modo de viver de cada um dentro da rede, é marcado por uma história de vida real, história esta que muitas e muitas vezes não temos acesso.

No mundo virtual, mesmo quando não concordamos, é preciso “ver” o outro além da virtualização das palavras e do escudo da tela, fazendo deste enxergar a riqueza da amizade virtual.
Mesmo que não possamos encontrar aquilo que acreditamos nas pessoas que conhecemos virtualmente, devemos aprender a conhecer o que somos na rede e o que cada pessoa pode encontrar em nós!
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