Eu, Verbo Intransitivo...
Estou numa fase de transição… A bem da verdade, estamos ininterruptamente nessa fase; transicionando pela vida! Em algum momento, acredite, tomamos consciência de muitas coisas, principalmente sobre a tal efemeridade que tanto se diz da vida. Parece que quanto mais nos aproximamos daquilo que achamos ser a “linha de chegada”, mais lúcidos nos tornamos em relação ao significado da própria existência.
Profundo isso? Sim, porque começamos a nos interessar
por nossas profundezas, mesmo que tarde demais…. Aliás, mudamos os nossos
conceitos sobre muitas coisas, inclusive sobre essa relação estimada de tempo. “Cedo”
ou “tarde” deixam de ser sentenças e se transformam em oportunidades! Simples
assim? Sim, porque tudo se torna mais simples (e leve, também!). Deixamos de nos
incomodar com os rótulos, tais quais medalhas, que vamos somando ao longo da
vida e que se tornam insuportáveis e desnecessários pesos de obrigatoriedades!
Vamos, aos poucos, nos libertando e aprendendo a transitar pela vida com mais
leveza…. Ufa! Que alívio para a mente e, também, para a alma!
O que há do outro lado daquela linha não
incomoda mais! A curiosidade agora é sobre a linha em si; “chegada” ou “partida”?
Estamos, de fato, partindo ou apenas chegando? Seria o final, começo, ou simples
recomeço? De qualquer modo a ansiedade que, outrora ocupava um espaço gigantesco
dentro de nós, cede lugar à paz…. E como é bom viver em paz! Pena que demoramos
tempo demais para conhecê-la…
Cheguei à conclusão que me tornei um verbo intransitivo, que não precisa de um
complemento para ter sentido ou, como diz o Google; “uma ação que se esgota no próprio sujeito, sem a necessidade de um objeto que a receba”. Acho que nenhum humano, nem eu mesma, me definiu com tanta precisão! O tempo nos ensina e nos leva para lugares que não exigem nada além de nós mesmos! E não é sobre partes de nós, mas sobre o todo que nos tornamos após os muitos resgates das batalhas, perdidas ou ganhas, da vida. É sobre o resultado final de todas as experiências vividas….Meu nome é Jackie Freitas… uma das maiores
obras de Deus! Sou a minha oração e, também, o meu próprio milagre! No começo
da jornada, ainda inexperiente, inconsciente e, talvez, inconsistente, me via
como o esboço de um projeto…algumas vezes apenas o rascunho de algo vago e indefinido….
Hoje, entretanto, com muita gratidão e consciência, tenho certeza que sou a
obra em si!
Nascer, viver, morrer, chorar, rir, cair, levantar….
Se reconheceu em alguns ou em todos esses verbos? Claro que sim! E sabe por
que? Porque no final das contas, eu, você e todos nós somos verbos
intransitivos!
Gratidão, Senhor, por essa incrível experiência!*
Jackie
Freitas
(*Para e sobre mim…aos meus 56 anos!)
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