segunda-feira, 25 de abril de 2016

O Conflito do Despertar

Existem coisas tangíveis e imaginárias. Existem os sonhos, ideais, as metas e as promessas... Todas fazem parte de nós! Vivemos um pouco de tudo isso todos os dias, imaginando, sonhando, desejando, querendo que elas se viabilizem de alguma forma. Para algumas delas nos empenhamos arduamente e para outras sentamos e esperamos que aconteçam num passe de mágica...
Uma coisa que aprendi e venho aprendendo é que os sonhos moram num lugar distante e nem sempre se viabilizam. Estão protegidos secretamente em nossos pensamentos e parece que só existem dentro dos nossos olhos, fechados. Só os enxergamos quando dormimos, porque mesmo que queiramos o contrário eles não acontecem enquanto estamos acordados...
Enquanto isso, acordados, fazemos planos e traçamos metas para uma vida segura e feliz. Fazemos promessas para que todas elas (ou
boa parte) se realizem e criamos alguns ideais que não deixam de serem nossos sonhos se manifestando através dos nossos olhos, abertos.
Há algum tempo deixei de fazer promessas... De vez em quando uma garotinha vem me visitar cobrando todas as promessas que lhe fiz no passado. Estou em dívida com ela! Estou em dívida com aquela criança sonhadora que um dia morou dentro de mim. A maturidade e a praticidade nos fazem pagar um preço alto. Elas nos tiram as asas e em troca nos dão olhos diferentes. Não sei se novos, mas olhos que nos fazem enxergar a vida e as pessoas de um modo mais duro e menos inocente. É isso que acontece quando perdemos nossas asas e não voamos mais... Deixamos de enxergar por outras perspectivas e enxergamos tudo de um modo linear; ora confuso demais, ora comum demais! Passamos a viver em sinestesia, tentando manter em nós um pouco de poesia e dos sonhos que nos restam, e tocamos a vida quase que anestesiados...
Sinto saudades dos sonhos e daquela menina... Queria simplesmente fechar os olhos, encontrá-la nos fragmentos dos meus sonhos e convidá-la para morar comigo novamente. Queria que ela me ajudasse a resgatar um pouco da pureza que outrora embelezava a vida e que, carinhosamente, me ensinasse o caminho de volta pra casa... Sinto-me perdida e escrava desse mundo de metas disfarçadas de ideais, numa realidade que não dá espaço aos sonhos e que só nos cobra força e bravura o tempo todo. Cansei de ser forte! Queria apenas um lugar sossegado para repousar e sonhar um pouco mais...
Tem horas que precisamos da fragilidade para lembrar que ainda somos humanos e que nossas dores não são fortes o bastante para nos derrubarem. Por mais que sonhemos com um mundo mais sereno e que busquemos essa serenidade dentro de nós, enfrentamos diariamente um turbilhão de emoções que testam nossa resistência... Mas, ainda assim, apesar dos pesares, mantemo-nos acordados! Algumas coisas resgatamos dos sonhos e aplicamos na vida real. Algo daquela criança permanece em nós...  Sonhadores ou subversivos, somos nossos próprios heróis. Heróis de nosso tempo, das nossas batalhas e, quiçá, dos nossos sonhos...

Jackie Freitas

“Nunca se afaste de seus sonhos, pois se eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir”.
Mark Twain

*Imagens retiradas do Google Imagens


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