O Conflito do Despertar
Existem coisas tangíveis e imaginárias.
Existem os sonhos, ideais, as metas e as promessas... Todas fazem parte de nós!
Vivemos um pouco de tudo isso todos os dias, imaginando, sonhando, desejando,
querendo que elas se viabilizem de alguma forma. Para algumas delas nos
empenhamos arduamente e para outras sentamos e esperamos que aconteçam num
passe de mágica...
Uma coisa que aprendi e venho aprendendo é
que os sonhos moram num lugar distante e nem sempre se viabilizam. Estão
protegidos secretamente em nossos pensamentos e parece que só existem dentro
dos nossos olhos, fechados. Só os enxergamos quando dormimos, porque mesmo que
queiramos o contrário eles não acontecem enquanto estamos acordados...
Há algum tempo deixei de fazer promessas...
De vez em quando uma garotinha vem me visitar cobrando todas as promessas que
lhe fiz no passado. Estou em dívida com ela! Estou em dívida com aquela criança
sonhadora que um dia morou dentro de mim. A maturidade e a praticidade nos fazem
pagar um preço alto. Elas nos tiram as asas e em troca nos dão olhos
diferentes. Não sei se novos, mas olhos que nos fazem enxergar a vida e as
pessoas de um modo mais duro e menos inocente. É isso que acontece quando
perdemos nossas asas e não voamos mais... Deixamos de enxergar por outras
perspectivas e enxergamos tudo de um modo linear; ora confuso demais, ora comum
demais! Passamos a viver em sinestesia, tentando manter em nós um pouco de
poesia e dos sonhos que nos restam, e tocamos a vida quase que anestesiados...
Sinto saudades dos sonhos e daquela
menina... Queria simplesmente fechar os olhos, encontrá-la nos fragmentos dos meus
sonhos e convidá-la para morar comigo novamente. Queria que ela me ajudasse a resgatar
um pouco da pureza que outrora embelezava a vida e que, carinhosamente, me
ensinasse o caminho de volta pra casa... Sinto-me perdida e escrava desse mundo
de metas disfarçadas de ideais, numa realidade que não dá espaço aos sonhos e
que só nos cobra força e bravura o tempo todo. Cansei de ser forte! Queria
apenas um lugar sossegado para repousar e sonhar um pouco mais...
Tem horas que precisamos da fragilidade
para lembrar que ainda somos humanos e que nossas dores não são fortes o
bastante para nos derrubarem. Por mais que sonhemos com um mundo mais sereno e
que busquemos essa serenidade dentro de nós, enfrentamos diariamente um turbilhão
de emoções que testam nossa resistência... Mas, ainda assim, apesar dos
pesares, mantemo-nos acordados! Algumas coisas resgatamos dos sonhos e
aplicamos na vida real. Algo daquela criança permanece em nós... Sonhadores ou subversivos, somos nossos
próprios heróis. Heróis de nosso tempo, das nossas batalhas e, quiçá, dos
nossos sonhos...
Jackie
Freitas
“Nunca se afaste de seus sonhos, pois se eles se forem,
você continuará vivendo, mas terá deixado de existir”.
Mark Twain
*Imagens
retiradas do Google Imagens
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