Fechado Para Balanço
De vez em quando paramos para reavaliações. Como dizem no comércio: “fechado para balanço”. Nenhuma relação com tristeza como habitualmente pensam. Fechado para balanço é um momento ou período que revemos nossa trajetória e buscamos acertos. E por falar em acertos, me vem em mente uma das preocupações que comumente temos: estarmos certos sempre! Isso me levou a outra análise e é sobre isso que quero escrever hoje.
Recentemente li no blog O Que É Isso? , da minha querida amiga Eninha Campos, um texto que aborda o conceito da gentileza. Não aquela que oferecemos aos outros e sim a que deveríamos ter conosco e por vezes não temos. Na publicação “Você é Gentil? Consigo mesmo?”
automaticamente fazemos um mergulho interior e começamos a nos dar conta do quanto nos cobramos diariamente. Cobramos, punimos, não perdoamos as nossas próprias falhas. Tudo porque estamos sempre em busca da perfeição. Queremos, sim, sermos os melhores entre os melhores e não aliviamos (ou não percebemos) o peso que vai se acumulando em nossos ombros ou dentro de nosso ser.
Não vou nem falar que a perfeição não existe. Acho que isso está claro para todos, mesmo para aqueles que discordam e ainda tentam provar que ela exista. Esses dias assistindo estava assistindo a um filme e, em algumas passagens, é mostrado o conceito da mochila que carregamos ao longo da vida e o quanto de coisas colocamos dentro dela: pessoas, situações, problemas, lembranças, mágoas, etc. Tudo o que vivemos e sentimos, depositamos dentro da nossa mochila e não percebemos que a maior parte de seu peso está nas coisas que não nos desfazemos. Nesse processo acabamos nos culpando e seguindo, quase que nos arrastando, por um caminho de intolerância que reflete muito mais em nós do que naqueles que passam por nossa vida. Somos duros, muito duros conosco! Preocupamo-nos com o tom de voz que dirigimos aos outros, mas não nos atentamos à forma como nos tratamos. Queremos receber gentilezas do mundo, mas não somos igualmente gentis conosco. E como exigir do mundo aquilo que não somos capazes de dar a nós mesmos?
Para mim fica claro que as relações nascem de dentro para fora e não ao contrário. E quanto pior estiver a nossa auto-estima, pior estaremos diante da vida e das pessoas. Nossa auto-estima exige gentilezas e aí, talvez, seja a hora de tirarmos essa mochila das costas e rever o que há nela. O que carregamos? Realmente são essenciais e imprescindíveis para a leveza que a vida pede? Por que não livrar-se das mágoas, por exemplo? Você consegue perdoar-se? Consegue perceber que se as pessoas não são perfeitas você também não é? E tudo bem, está tudo certo! Tire esse peso de sua mochila e alivie um pouco mais essa caminhada.
Hoje estou fechada para balanço porque resolvi checar tudo que carrego na minha mochila. Estou me fazendo esse bem. Daqui para frente vou observar o que coloco dentro dela e, se possível, ser mais atenciosa comigo. Não posso carregar como fardo para a vida aquilo que definitivamente não me faz bem. No texto “Você é Gentil? Consigo Mesmo? , minha amiga coloca quatro sugestões como ponto de partida para que a nossa mochila não fique tão pesada. E tudo num aparente ato simples: o de ser gentil consigo mesmo!
Obrigada, Eninha querida, por essa bela reflexão! Estou ainda fechada para balanço, mas pode ter certeza que quando eu voltar estarei bem mais leve e gentil... comigo e com todos!
Jackie
Freitas
*Imagens retiradas do Google Imagens
Comentários
Postar um comentário
Deixe o seu comentário!