Somos O Que Falamos?
Tenho observado que uma das maiores contradições que vivemos é conseguir coerência entre o que dizemos e o modo como agimos. Será realmente que somos aquilo que falamos?
Não é de hoje que ouvimos que a teoria não corresponde necessariamente com a prática. Encarar a sinceridade não é fácil! Nem para quem escuta e muito menos para quem se depara em contradições nas auto-avaliações. Assusta-nos, principalmente quando ela grita na consciência que estamos agindo incoerentemente com aquilo que afirmamos ser. Obviamente há distinções entre o reconhecimento do certo e a sua prática. Verdades e mentiras podem ser sinceras?
Uma das coisas mais difíceis de dominar é a raiva. Entre ter a consciência do mal causado por esse sentimento e manter a nobreza da compaixão e perdão, passamos pelos conflitos do certo e errado... Olha lá o anjinho e diabinho duelando de novo! Quanto maior for o mal que nos causam, maior deveria ser o nosso dom de compreensão e perdão, porém, na prática, quanto maior o mal causado mais rápido são desencadeados os sentimentos correspondentes a ele. Temos a consciência do certo, mas agimos levados pelo impulso natural humano. Compreendemos o princípio, mas não dominamos a sua prática.
Dessa forma, podemos nos sentar confortavelmente em nosso trono e apontar a má conduta de fulano ou sicrano, afirmando aos quatro cantos que com nós seria diferente. Até tentamos ensinar através de críticas e repreensões, afinal nós temos tudo esclarecido... Dominamos o princípio e temos discernimento. Contudo, quando deixamos de ser espectadores e passamos a integrar o elenco, as coisas mudam de figura. Isso nos torna hipócritas pregadores do falso moralismo.
Cada vez fica mais claro que propagandas podem ser enganosas e que o domínio da palavra não implica em ações coerentes. Anjos e demônios estarão sempre cercando e conflitando nossos atos. A questão é saber quem de fato queremos alimentar: o bem ou o mal? O que nos orienta de verdade? Ter o conhecimento do princípio é muito importante, principalmente se houver em nós o dom da bondade. O exercício contínuo, então, deve ser controlar o que contraria essa bondade. Não basta ter boas intenções, afinal, dizem que o inferno está repleto delas. Pensar antes de falar e agir é um bom começo para que os arrependimentos não torturem a consciência e não nos torne enganadores e enganados por nossas próprias palavras.
Somos de verdade o que falamos ou somos apenas ecos de um ideal? Pense nisso antes de promover-se no mundo de crentes, carentes e fiéis receptores das palavras.
Jackie
Freitas
*Imagens retiradas do Google Imagens
Comentários
Postar um comentário
Deixe o seu comentário!