Reconstruir-se
O processo de reconstrução não é fácil.
Primeiro, porque admitir a necessidade de se reconstruir é ter que aceitar a
derrota e o fracasso de projetos mal sucedidos, de sonhos perdidos ou do
confronto com uma verdade que não queríamos enxergar. É chegar num beco sem
saída e ter que repensar num modo menos doloroso e traumático de retornar e
recomeçar, mesmo que essa ideia nos cause desconforto e medo de passarmos
novamente por tudo o que nos machucou. É como se já não acreditássemos mais em
nós mesmos e nem na capacidade de superar os traumas passados.
Contudo, recomeços (e eu coloco no plural
porque são muitas as vezes que precisamos recomeçar), apesar de não serem
fáceis, são novas oportunidades que nos damos para fazer tudo diferente!
Explorar novos caminhos, ousar, inventar ou apenas reinventar-se. É entrar numa
loja e comprar aquela roupa que não tínhamos coragem de usar por achar que ela
não cairia tão bem e que nos faria parecer gordos demais ou ridículos! O
processo de reconstrução nos obriga a testar possibilidades inimagináveis como
recurso incondicional de mudança. Quem se importa em parecer ridículo quando
tudo o que se viveu, até então, te fez sentir-se assim?
Coragem! Coragem é a nova roupa que
precisamos vestir para enfrentar esse recomeço. E se houver um grande espelho,
que ele (ao menos ele) reflita a nossa imagem, com verdade e gentileza, de um
modo que nos faça parecer belos com toda a nossa fragilidade e cansaço. Coragem
para olhar-se e ver-se incrível da forma que realmente somos! Por mais que as
experiências passadas tenham nos tirado a fé, um novo olhar poderá devolver-nos
a autoconfiança e, também, a autoestima. E não se trata do olhar de ninguém,
porque chega uma hora que cansamos dos olhares curiosos e maldosos dos outros.
O que realmente importa é o modo como nos enxergamos, porque ninguém melhor do
que nós é capaz de saber o quanto as nossas quedas significaram. As pessoas
podem até nos julgar, porque essa é a prerrogativa da ignorância, porém, não
poderão jamais determinar quem somos ou o modo como devemos prosseguir...
E daqui por diante, tudo o que importa é
prosseguir! Seguir em frente, livre e tendo em mente que ninguém pode nos fazer
bem ou mal sem o nosso consentimento.
O processo de reconstrução é moroso e, em
muitos casos, parece levar uma eternidade... Não desista, persista! Olhe-se
todos os dias no espelho e diga: “ninguém é capaz de me fazer feliz, senão eu!
Não entrego a minha felicidade nas mãos de ninguém, porque eu sou responsável
pela minha vida!”. E sorria, de preferência não apenas com os lábios! O sorriso
tem um poder inimaginável de cura interior. Sorria com a mente e coração para
que novas portas sejam abertas e mostrem que suas promessas (aquelas que nos fazemos
constantemente) podem ser concretizadas.
E se, em algum momento, alguém questionar
essa nova pessoa que você se tornou, não se intimide e continue em seu novo
caminho. Desvie de tudo que te levou ao beco sem saída. Desta vez você sabe por
onde pode e deve passar...

O que não deu certo ficou para trás,
sozinho, naquele beco... E você não está mais nele!
Jackie
Freitas
“Recria tua vida,
sempre, sempre. Remove pedras e planta roseiras e faz doces. Recomeça!”
Cora Coralina
*Imagens
retiradas do Google Imagens
Jackie, o próprio nome de teu blog diz fênix - (mulheres) vidas que renascem. Lendo o texto fico imaginando essa coisa de se olhar no espelho e ver esse processo de mudança acontecendo dia a dia. Nesse momento o que nos falta realmente é coragem, pois nos habituamos com o tempo até com o que é ruim. Mas se realmente mudarmos, nunca mais conseguiremos nos satisfazer com menos do que adquirimos. Que possamos aprender a nos tornarmos melhores.
ResponderExcluirUm abração,
Olá Luciano!
ExcluirMuito obrigada pela presença. Eu acredito que passamos por esse processo de mudança a cada segundo, porém não paramos para perceber o quanto elas podem nos ajudar ou prejudicar. Seria como caminhar sem observar o caminho. Portanto, olhar-se no espelho (no meu ponto de vista) é essencial para que possamos enxergar como estamos e quem nos tornamos. Os ajustes acontecem a partir disso. Mas é um longo papo que espero tratar numa próxima publicação.
Um super abraço e obrigada, novamente, pelo carinho.
Jackie Freitas